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NA SEQUENCIA DO BLOG WWW.VIVENDO E APRENDENDO.BLOGS.SAPO.PT
No passado mes de Janeiro, fiz um poema, que postei no meu blog " Poeta `e o Povo ".
Acabei de saber que o protagonista sobrevivente , mencionado nesse poema, se suicidou ontem.
Assim se pode ver ao que pode levar o sentimento por outra pessoa, quando esse sentimento `e algo transcendental.
Aqui fica o poema:
www.poetaeopovo.blogs.sapo.pt/quando-um-parte-e-o-outro-fica-37015
A vida....a vida ! O que é a vida?
Leve folha ao sabor das marés !
Não é mais do que a forma sentida
Da matéria que sou, e que tu és.
Lembro aqui a breve estória
Duma vida digna e honesta
Na dele...resta a memória,
E dela já nada resta
Não tinham filhos, pois não
Que lhes bastava o amor
Caminhando mão na mão
Sem sombra de qualquer dor
Gostavam de ver o mundo
Mas ver o mundo sai caro
Trabalhavam, pois... no fundo,
O dinheiro é sempre raro
Andaram por muitos lugares
Que , antes, haviam sonhado
Outras terras ...outros mares
Sempre juntos, lado a lado
Ás vezes da minha janela
Alegres os via passar
Ele ia á frente, atrás...ela
Nas bikes, a pedalar
Convidava-os a entrar
A tomar um cafezinho
Paravam p'ra me saudar
E seguiam seu caminho
Uma modesta casita
Eles sonhavam comprar
Em qualquer terra bonita
Para a velhice embalar
Talvez Espanha ou Portugal
Paises de que gostavam
E se não chegasse o mal
Teriam tido o que sonhavam
Mas não quis o mau destino
Seus sonhos acalentar
Veio o cancro...um desatino !
Partiu p'ra não mais voltar.
Ele? faz-me sempre pena !
Ver o seu falso sorrir
Quando a morte nos condena
Que fazer, senão fingir???
31.01.2014
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Traz a jaqueta elegante
O colarinho engomado
A guitarra, e num instante
Começa a cantar o fado
Olhar de conquistador
Seu sorrir malicioso
Tem no coração a dor
No corpo o jeito vaidoso
Tira da trouxa emoções
Do alforge saca o charme
Chama a si as atenções
E não há quem o desarme
Como se no campo andasse
Cuidando toiros de raça
Dá piropos a quem passe
Espalha no ar sua graça
Altivo mas bem disposto
Cativante o seu cantar
Esconde no peito o desgosto
Dum amor por inventar
Tudo pára quando chega
Escutam-no com fervor
É campino, não se apega
Mas distribui muito amor
E no canto mais escuro
Da sala onde deslumbra
Vai-lhe inventando o futuro
A cigana, na penumbra
BL
Poema, gentilmente, dedicado á classe política
Não batam mais no ceguinho
O tema já não é novo
Sabem lá com que carinho
Andamos roubando o povo
Porque o Zé não saberia
O que fazer, pois então
A gente sempre alivia
A sua preocupação
O dinheiro na mão do povo
Só serve para atrapalhar
Tanto o velho como o novo
Sabem lá onde o gastar !
Não é flor p'ra cheirar
Esta nossa profissão
Qualquer um sabe roubar
De fato e gravata....não !!!
BL
Vai um cheirinho???
Ai tem......
Escorre nos vidros da janela
Água pura e transparente
Pela face, tal como ela
Escorre o que a alma sente
Chega sem ser esperada
Pára quando quer parar
É como menina mimada
Que ninguem pode domar
Baixa a poeira da estrada
Faz renovar a paisagem
Se no campo é desejada
No burgo nem de passagem
Nem todos pode agradar
Se chega em dia de festa
No seu singelo pingar
A uns molha, outros refresca
Oh chuva, chuva, chuvinha
Chuva miudinha miudinha
Dancando assim molhadinha
Vem regar a minha hortinha
BL
Chegou, ele chegou
Soprando frio de arrepiar
Cuspindo tristeza
Transpirando melancolia
Puxando daqui
Empurrando dali
Fazendo ranger
Os velhos troncos das arvores
Envolve-me no seu assobio
Contorse-me no seu abraço
E eu....vazia
Espremida
Amarfanhada
Sem sentidos
Sem alma
Sem nada.
BL