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Quando a fatalidade bate á nossa porta e nos leva um filho...
Colapsamos !!!
`E assim como o estilhaçar de um cristal perante a vibração da má sorte.
Nós sentimos que, por muito que tenhamos errado na vida, não merecemos aquilo.
Ninguem merece uma coisa assim.
Ninguem merece a desgraça de sobreviver a um filho.
Chegamos a sentir que não temos o direito de estar vivos.
De tanto sofrer, a gente deixa até de sentir. Contraditório? Olhe que não.
Somente quem já perdeu um filho sabe do que falo.
Tudo dentro de nós se desintegra.
Recusamo-nos , terminantemente, a aceitar que aquilo não é um pesadelo, e a unica coisa que queremos `e acordar dele.
Não queremos viver...não queremos nada....apenas acordar do pesadelo.
O tempo vai passando, e de vez em quando, olhamos para fora de nós, e surpreendemo-nos com o, normal, andamento do mundo.
Como `e possivel que o mundo continue a girar, alheio `a nossa
catástrofe ?!...pensamos.
Pouco a pouco, vamos percebendo que não `e um sonho mau, um pesadelo, e lentamente, vamo-nos adaptando `a nossa nova realidade.
A nossa vida nunca mais volta a ser como era antes.
Aprendemos a viver com aquilo dentro de nós.
Pensar que nunca mais voltamos a ver a nossa " criança " não ajuda nada.
`E preciso refazer toda uma forma de pensar e de sentir.
Em vez de chorarmos de sofrimento porque perdemos,
devemos deixar entrar a paz e a gratidão , porque um dia tivemos a felicidade de ter aquele ser em nossa vida.
Varia de pessoa para pessoa o tempo de reabilitação .
Cada um tem o seu tempo.
Admiro, sinceramente, as mães e os pais que sobrevivem aos filhos.
Sei, por experiência própria, quanta coragem `e necessaria. Conheco bem o percurso.
Completam-se hoje dez anos após a partida da minha filha, e eu morro de saudade daquela gargalhada cristalina que ainda ecoa, e sempre ira ecoar, dentro de mim.
A SOFIA COM O PEQUENO JAMES E A RECEM-NASCIDA AMELIA
EM CIMA ESQUERDA-JAMES FRANCISCO
EM CIMA DIREITA-ANDRE
EM BAIXO ESQUERDA-AMELIA MARIANNE
EM BAIXO DIREITA-JAMES FRANCISCO
ANDRE E AMELIA
A ( aparentemente) mais fragil das minhas quatro filhas cresceu.
Piriri, `e a forma carinhosa como o Luis sempre a tratou.
Quando ele veio viver connosco, ela, que era a mais nova das tres, estaria entre os onze e os doze anos e pesava vinte kilos.
Durante anos a minha Sofia pesou vinte kilos. crescia em altura, mas pesava sempre vinte kilos. Magra que so visto.
Quando o seu primeiro filho nasceu, o Andre, parecia que ela nao tinha a menor vocacao para ser mae.
Agora, eu vejo, estava apenas assustada com a sua realidade. Era da sua responsabilidade aquela criaturinha recem nascida.
O Andre ensinou-a a ser mae, tal e qual como a Sandra me ensinou a mim.
Nos dias que correm, eu fico embevecida, vendo-a lidar desenvolta, com o marido, um filho adolescente, e dois bebes, e ainda uma cadela.
Bem hajas minha querida filha.
Que a tua boa estrela te acompanhe pela vida fora, a ti e `a tua familia.