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ESTOU PETRIFICADA !

por sopa-de-letras, em 21.05.14

No passado mes de Janeiro, fiz um poema, que postei no meu blog " Poeta `e o Povo ".

 

Acabei de saber que o protagonista sobrevivente , mencionado nesse poema, se suicidou ontem.

 

Assim se pode ver ao que pode levar o sentimento por outra pessoa, quando esse sentimento `e algo transcendental.

 

Aqui fica o poema:

 

www.poetaeopovo.blogs.sapo.pt/quando-um-parte-e-o-outro-fica-37015

 

 

A vida....a vida ! O que é a vida?

 

Leve folha ao sabor das marés !

 

Não é mais do que a forma sentida

 

Da matéria que sou, e que tu és.

 

 

 

Lembro aqui a breve estória

 

Duma vida digna e honesta

 

Na dele...resta a memória,

 

E dela já nada resta

 

 

 

Não tinham filhos, pois não

 

Que lhes bastava o amor

 

Caminhando mão na mão

 

Sem sombra de qualquer dor

 

 

 

Gostavam de ver o mundo

 

Mas ver o mundo sai caro

 

Trabalhavam, pois... no fundo,

 

O dinheiro é sempre raro

 

 

 

Andaram por muitos lugares

 

Que , antes, haviam sonhado

 

Outras terras ...outros mares

 

Sempre juntos, lado a lado

 

 

 

Ás vezes da minha janela

 

Alegres os via passar

 

Ele ia á frente, atrás...ela

 

Nas bikes, a pedalar

 

 

 

Convidava-os a entrar

 

A tomar um cafezinho

 

Paravam p'ra me saudar

 

E seguiam seu caminho

 

 

 

Uma modesta casita

 

Eles sonhavam comprar

 

Em qualquer terra bonita

 

Para a velhice embalar

 

 

 

Talvez Espanha ou Portugal

 

Paises de que gostavam

 

E se não chegasse o mal

 

Teriam tido o que sonhavam

 

 

 

Mas não quis o mau destino

 

Seus sonhos acalentar

 

Veio o cancro...um desatino !

 

Partiu p'ra não mais voltar.

 

 

 

Ele? faz-me sempre pena !

 

Ver o seu falso sorrir

 

Quando a morte nos condena

 

Que fazer, senão fingir??? 

 

 

 

 31.01.2014

 

 

 

publicado às 15:28


SONETO DO AMOR TOTAL

por sopa-de-letras, em 27.10.13

Soneto do Amor Total

 

Amo-te tanto, meu amor ... não cante

O humano coração com mais verdade ...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

 

Vinicius de Moraes

publicado às 13:02


COMO O PASSARINHO

por sopa-de-letras, em 25.10.13

 

MEU PALRAR NAO QUER DIZER

QUE A VIDA P'RA MIM SORRI

 `E APENAS P'RA ESQUECER

O MUITO QUE JA SOFRI

 

 

 

 

 

publicado às 10:49


ESTUPIDEZ

por sopa-de-letras, em 24.10.13

 

Como é estúpido o amor

Não é cego, e não quer ver

Sorrindo disfarça a dor

Ouve e nao quer perceber

publicado às 14:36


DESPERTAR

por sopa-de-letras, em 23.10.13

P'la manhã ao acordar

Minha alma triste sorri

Pé ante pé te vai beijar

Braços  abertos para ti

 

 

 

publicado às 06:11


RAÇA PURA

por sopa-de-letras, em 17.10.13

 

Traz a jaqueta elegante

O colarinho engomado

A guitarra, e num instante

Começa a cantar o fado

 

Olhar de conquistador

Seu sorrir malicioso

Tem no coração a dor

No corpo o jeito vaidoso

 

Tira da trouxa emoções

Do alforge saca o charme

Chama a si as atenções

E não há quem o desarme

 

Como se no campo andasse

Cuidando toiros de raça

Dá piropos a quem passe

Espalha no ar sua graça

 

Altivo mas bem disposto

Cativante o seu cantar

Esconde no peito o desgosto

Dum amor por inventar

 

Tudo pára quando chega

Escutam-no com fervor

É campino, não se apega

Mas distribui muito amor

 

E no canto mais escuro

Da sala onde deslumbra

Vai-lhe inventando o futuro

A cigana, na penumbra

 

BL

publicado às 16:28


POETA É O POVO

por sopa-de-letras, em 15.10.13

 

Se algum dia te encontrar

Nao baixes o olhar teu

Quero ver se o teu olhar

Guarda tanto como o meu

 

BL

 

publicado às 14:52


Ora......O ZE POVINHO NAO SABE NADA !

por sopa-de-letras, em 14.10.13

 

Poema, gentilmente, dedicado á classe política

 

 

Não batam mais no ceguinho

O tema já não é novo

Sabem lá com que carinho

Andamos roubando o povo

 

Porque o Zé não saberia

O que fazer, pois então

A gente sempre alivia

A sua preocupação

 

O dinheiro na mão do povo

Só serve para atrapalhar

Tanto o velho como o novo

Sabem lá onde o gastar !

 

Não é flor p'ra cheirar

Esta nossa profissão

Qualquer um sabe roubar

De fato e gravata....não !!!

 

BL

 

 

Vai um cheirinho???

 

Ai tem......

 

Este é um de muitos .......É por causa destes xulos que o nosso País está como está...Partilha sempre esta vergonha.........

 

 

publicado às 13:36


CHUVA

por sopa-de-letras, em 12.10.13

 

Escorre nos vidros da janela

Água pura e transparente

Pela face, tal como ela

Escorre o que a alma sente

 

Chega sem ser esperada

Pára quando quer parar

É como menina mimada

Que ninguem pode domar

 

Baixa a poeira da estrada

Faz renovar a paisagem

Se no campo é desejada

No burgo nem de passagem

 

 

Nem todos pode agradar

Se chega em dia de festa

No seu singelo pingar

A uns molha, outros refresca

 

Oh chuva, chuva, chuvinha

Chuva miudinha miudinha

Dancando assim molhadinha

Vem regar a minha hortinha

 

BL

 

 

 

 

 

publicado às 01:11


O VENTO

por sopa-de-letras, em 10.10.13

 

Chegou, ele chegou

Soprando frio de arrepiar

Cuspindo tristeza

Transpirando melancolia

Puxando daqui

Empurrando dali

Fazendo ranger

Os velhos troncos das arvores

Envolve-me no seu assobio

Contorse-me no seu abraço

E eu....vazia

Espremida

Amarfanhada

Sem sentidos

Sem alma

Sem nada.

 

 

BL

 

publicado às 21:07